quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Engenheiros dos sentimentos

"Um prédio reduzido a entulho
As pessoas passavam por ele e se incomodavam com a sujeira,
Mas não lembravam como ele era antes,
Com aquele seu esplendor e grandeza

Um prédio construído e destruído rapidamente
Destruído por descuidos em sua principal fortificação,
Em seu coração

Um prédio grande, belo
E aparentemente tão forte,
Derrubado em sua primeira ventania

Algum tempo depois, tentaram construir,
Não um prédio igual, mas semelhante,
Menor, mas com igual esplendor.

E aquela mesma ventania,
Agora mais forte, voltou
E derrubou aquele novo prédio.

Depois disso... Cansaram de reconstruí-lo."
By Ana Luiza Pigosso


Prédio são os nossos sentimentos.

Após ser abalado, jamais voltará a ser o mesmo. Pode voltar, sim. Melhor ou, mais frequentemente, pior, muito pior.

Mas, assim como o prédio, se o sentimento não for sólido, consistente, não estiver bem alicerçado, então não adiantará remendar. Ruirá novamente. De novo e de novo.

Acumulados os entulhos podres do antigo prédio, ou dos ressentimentos, mesmo que algo tente maquiar o que passou, precisará antes de mais nada, de uma grande limpeza. Aterramento, concertar o solo, retirar os detritos e cada dor sofrida. A pena é que há ferimentos que jamais cicatrizam, assim como o terreno de nosso prédio.

Então, com esse acúmulo de restos fétidos, somente fará com que a próxima não seja suportável.
A tempestade levará tudo. A natureza saberá.

E é em meio a essa confusão de idéias que o coração se cansa.

Com essa abundância de metáforas e comparações que passamos a entender como é a vida.
Aliás... pode ser difícil, mas é possível entender.

Se alguém conseguir, me ensine.

Um comentário:

  1. Óima colocação. Mas, pra mim, o prédio do poema representa alguma amizades. Pode ver: Quando amigos brigam pra valer e se separam, depois de um tempo, se tentarem reatar, nunca serão os mesmos novamente. É algo horrivelmente assutador.

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